quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

AUGUSTIANDO - I I I




Para onde vão as almas, quando partem
das míseras torpezas desta vida?
para onde se vão, ensandecidas,
se lamentando por partir assim?

E que maldito e pária é esse poeta,
que tudo quer saber e tudo indaga,
se sólida ou fluídica essa praga,
que vai saindo aqui, dentro de mim?

E o corpo, porque fica putrefato,
tão mal cheiroso, escroto e rarefeito,
bola de fogo, vai queimando o peito...

Quanta vileza nessa morte crua,
levando os bardos antes que se matem,
para onde vão as almas quando partem?


Dorothy de Castro



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