Chovia à cântaros...
Eram cinco horas mais
ou menos e parecia meia noite...
Tudo escuro, tudo breu... Uma
insuportável vontade de fumar
e nada de cigarro...E a chuva sem dar
uma trégua..Esticou a mão e pegou
uma "bagana" velha no cinzeiro...
Acendeu o trocinho fedorento
e puxou uma tragada daquelas...Ah!
que delicia, pensou...Melhor que isso
só um charuto cubano e claro essa manta
quentinha que lhe cobria os pés ali no sofá...
Se encolheu todinho e ia começar à dormir
Quando ouviu um miado preguiçoso vindo da
cozinha...Era Suruba a gata amarela de olhos
safados que miava pedindo comida...
Imitou a felina, se espreguiçou e abençoou
a chuva que havia parado por fim!
Dorothy de Castro Poesias Pontilhadas
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