sábado, 10 de setembro de 2011

ONÇA BRAVA



De gozos inda o cheiro do meu belo amor
Inda a quentura do seu corpo eu sinto
Como à dizer-me"Ó fêmea que absinto
Te lava o corpo em tão cheiroso olor?"

Eu me transformo então em onça brava
Meu corpo é rocha de um cristal polido
Nessa volúpia onde esse amor desbrava
E êle nos dentes rasga o meu vestido...

São devaneios eu sei são devaneios
Perco o pudor nos versos desse gênio
E apelo à tudo que me traga os meios
De ser amada e desse amor ser prêmio...

Trago dentro de mim  encorujada
A alma triste d' algum poeta louco
Que resmunga monólogos de estrada
E me pede que escreva mais um pouco...

E dos prazeres mornos se faz quente
Porque poeta assim se morde em beijos
E como astrólogo se entrega docemente
Como a estudar estrelas com desejo!...


Dorothy de Castro

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