sexta-feira, 20 de junho de 2014

MULHERES DE PEDRA



É que eu tenho uma história pra contar
e quem quiser ouvir, vai  lá sentar
no chão do calçadão, mas ao luar...

E sem desculpas pois a minha culpa
foi ser mulher e ser mais uma e mais nua
que a própria lua em noites bobas...

A febre que sempre tive, ainda vive
em cada palmo das minhas curvas
essas que eu dei de gostar de ter...

apalpadas, alisadas como a das lobas
se me contive? se me contenho ainda?
deixo babar as águas dos meus montes...

É a sensação de ter a dor que medra
dentro de mim e das mulheres loucas
que beijam bocas frias como pedra!

Dorothy de Castro

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