quinta-feira, 2 de agosto de 2012

INSINUANTE





Se não há fresta que te mostre o ensaio
Da curvatura branca do  meu corpo
No cacheado  desse teu cabelo
Eu  passo os dedos com anéis de prata...


Aperto o peito meu contra o  teu peito
E me insinuo porque  assim  te  quero
Escorregando como um peixe espada
Na beira do meu rio fenda rosada...


Escarafuncha  o fundo do desejo
Esfola em beijos lábios pequeninos
Tudo me dás e mais querias dar
Fronha  bordada perfumada fronha...


Agora eu lembro os dias atrasados
E me sacudo me belisco e mordo
Só pra saber se  aconteceu  de fato
Te pisco o olho veja em meu retrato!...




Dorothy de Castro                      Poesias  Pontilhadas



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