quinta-feira, 4 de agosto de 2016

CORAÇÃO DESNUDO;




Eu dispo o coração, tiro-lhe a roupa
e outras vestes, costuro num sentir...
postas as mãos, do meu cadáver frio,
desconheço o destino, que me rouba de ti...

Vazio, é o livro de poemas ocos,
faltou talvez a rima nessa poesia...
ah, garoto que és e não sabes sofrer,
nem viver, nem morrer em meio à melodia...

Fecho a porta do quarto vagarosamente,
e sinto a inutilidade tosca dessa vida,
minha mão, deixa escrito o verso derradeiro...

Tão nu é o coração que fora baladeiro,
agora ,vai dormir propositadamente,
meu corpo bailarino, ensaia a despedida!


Dorothy de Castro

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