sábado, 23 de janeiro de 2016

EU E O LOBO





Vendo que a vida em mim se reduzia
à solidão de embriagante vinho
deixei fluir sobre o papel branquinho
amargas frases de uma poesia...

Olhei-me no cristal frio dos olhos
como um vitral de coloridos sóis
fruto espinhoso dentro dos abrolhos
sem ter o amarelar dos girassóis...

Um homem triste um lobo solitário
na mais profunda estepe da loucura
uivo sentindo o peso do calvário...

Meu cálice de vinho chega ao fim
ultima gota na garganta seca
deixo exilado este soneto em mim!


Dorothy de Castro




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