sexta-feira, 23 de maio de 2014

OUTONO NEGRO



É que a noitada mostra em vis silêncios
Somente o arquejar dos pirilampos
Talvez arrulhe um pássaro noturno
Como o zumbir de abelhas incessantes
E que barulho é esse que eu não sei
Vai me encharcando os olhos de tristeza...

Languidas sombras passam por janelas
Fantasmagóricas figuras credo em cruz
Sou transparente e quase me assimilas
Andarilhando em becos mais que escuros
Num espetáculo de trevas me ardendo
E o som da noite volta a ser medonho...

Vou balouçar os galhos desse outono
Pisar em folhas secas bolorentas
Os pés sangrando no espinheiro santo
Como o pulsar do velho coração
Poeta troncho à desistir da vida
E que barulho é esse que eu não sei?


Dorothy de Castro




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