quarta-feira, 9 de março de 2016

ALGO DE ABRIL




Vem um abril dizer-me que nasci,
legitima de pedra e  poesia,
ave maria, justo eu, sem muita fé,
até coloco em cheque o que desejo...

Já não me mete medo a noite escura,
antes, sou fascinada pelo escuro,
escrevo os versos reles, rudes, rotos,
beiro a insensatez beiro a loucura...

Na calmaria eu pinto, bordo e apago,
depois da arte feita pelas mãos,
um tronco torneado de beleza...

Chegando abril eu vejo que cresci
imposto a voz e canto desvairada
quanta bobagem e nada eu escrevi!


Dorothy de Castro




0 comentários:

Postar um comentário

Poesias Pontilhadas © 2008. Design by :Yanku Templates Sponsored by: Tutorial87 Commentcute