segunda-feira, 11 de maio de 2015

QUE TUDO






É madrugada e chove balançando
os galhos que se curvam na alameda
humildes açoitados pelo vento
assoviando triste uma canção...

um coração se abriga  e ouve o som
das águas escorrendo na vidraça
os olhos embaçados nada veem
sentindo  a dor do amor na melodia...

Parceiros eu o vento e a madrugada.
num lamentoso farfalhar dos galhos
cantamos essa  opera dos troncos
e a seiva escorre como visgo ardido...

Somos inteiros porém bipartidos
Pela paixão que a chuva ruidosa
lembra dois corpos nus que se precisam
que sedução! Que tudo! Que saudade!


Dorothy de Castro




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