domingo, 26 de abril de 2015

FECHANDO AS PORTAS







Foi um poeta que contou-me isso
num fim de noite em que bebericava
À remoer lembranças de gaveta
De um lindo amor com ele acontecido...

Ousar de adolescente bem lembrado
nos dezessete anos pontilhados
em vida dura pra sobreviver
quis o destino essa paixão tecer...

Nuns olhos verdes imitando estrelas
na pele amorenada de inocência
deu-se o  dançar da mocidade louca
ele o poeta viajou pra vê-la...

Moça sofrida também tinha estórias
e foram reveladas ao menino
o fez saber da trama do destino
que a machucara quando inda menina...

Um ciumento pai vil assassino
Tirando a vida de sua pobre mãe
com tal requinte e crueldade insana
A faz crescer com pés cheios de lama...

Uma família a cria como escrava
Tudo perdera tudo se esvaíra
Realidade vista com seis anos
Chora o poeta a relembrar a estória...

E pede-me que conte em poesia
emocionada aceito seu pedido 
sirvo outra dose e sem que ele me veja
curto em silêncio um choro escondido!

Dorothy de Castro







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