sexta-feira, 17 de maio de 2013

SONETO DO TEJO




Eu poderia me atirar no Tejo,
Amortalhada em brancas vestimentas,
Sangrando a minha alma nas tormentas,
E assim morrer pois teu olhar não vejo...

Eu saberia viver por teus agrados,
E te esperar nas noites mais escuras,
Tomar do banjo as cordas da loucura,
E ao som da lira dedilhar-te em Fados...

Nós dois amantes no abraçar do vento,
Querendo o céu azul por testemunha,
O azul noturno triste e cismarento...

Quem sabe Deus te faça ver que punhas,
Em minha boca o mais ardente beijo,
Quando esse Fado triste tu compunhas!

Dorothy de Castro






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